Ontem foi inaugurado em Berlim, um monumento em homenagem aos chamados “pais da reunificação alemã”.
Bush (pai), Kohl e Gorbatschow: pais da reunificação. Foto: Ralf Lutter
O então presidente da União Soviética Michail Gorbatschow, o ex-chanceler da Alemanha Ocidental Helmut Kohl e o ex-presidente dos Estados Unidos George Bush (pai), ganharam bustos de bronze no bairro berlinense de Kreuzberg.
Há dois dias, vi um documentário que explicou os meandros políticos que ocorreram entre a queda do muro e a reunificação. Foram muitos encontros, conversas, acordos. Fiquei admirada com a coragem de Gorbatschow em arriscar a sua manutenção no poder para apoiar a união das Alemanhas divididas. O documentário mostrou que houve um risco iminente de golpe militar na então União Soviética. Mas mesmo assim, Gorbatschow foi em frente.
Descobri também que o presidente da França à época, François Miterrand, não apoiou logo de cara essa estória de reunificação. Helmut Kohl teve jogo de cintura para convencê-lo a apoiar a causa mais tarde.
Nesse tempo que levo vivendo no antigo território da RDA, posso afirmar que a maioria das pessoas com quem conversei e troquei ideias sobre o antigo país, fala que hoje as coisas são melhores. Mas alguns fazem parênteses falando dos problemas causados pela união dos países, como por exemplo, o desaparecimento de algumas indústrias e o consequente desemprego de muita gente da região.
Nesses 20 anos de Alemanha unida, percebo que ainda há uma divisão invisível entre os “dois países”, seja por mentalidade ou por diferenças sócio-econômicas. O mais bacana seria sanar os eventuais problemas, mantendo as particularidades de cada região. Afinal, se pode aprender bastante das diferenças.