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East Side Gallery down? No!

Querem derrubar a East Side Gallery, um dos pontos mais importantes de memória da História de Berlim (e do país). Um verdadeiro absurdo! Já está rolando uma petição online (AQUI, em alemão) e um evento no facebook chama as pessoas para um protesto no próximo domingo, às 14h. Se estivesse na Alemanha, certamente estaria lá no domingo. Já fiz muitos posts aqui no blog falando sobre a East Side Gallery e sobre a sua importância como ícone da História recente de Berlim. A memória de um lugar tem que ser preservada! Aqui o link para uma matéria na BBC (em inglês).

Some people want to bring the East Side Gallery down. It’s one of the most important memory points of Berlin’s and the country’s History. An absurd! There’s an online petition (in german) and an event on facebook calls people to come around on next sunday from 2pm on. If I’d be in Germany, I’d certainly be there. I’ve already made some posts about the East Side Gallery, explaining its importance as a symbol of the recent History of Berlin. The memory of  a place must be preserved! Here is the link for a BBC report.

Contrato de reunificação

Note: For translations, please go in the specific page above called “Translation-Übersetzung” (under the blog’s title). 😉

You can read an article in English about this theme in Deutsche Welle’s website.

Memória: há exatos 20 anos, em 31 de agosto de 1990, a República Federal da Alemanha (RFA) – a Alemanha Ocidental – e a República Democrática da Alemanha (RDA) – a Alemanha Oriental – assinaram o acordo que criou a reunificação alemã, chamado de “Vertrag über die Herstellung der Einheit Deutschlands“.

Ainda hoje há algumas controvérsias em relação a esse fato: foi uma real unificação ou apenas uma anexação?

Na assinatura do Tratado de Reunificação, em 31 de agosto de 1990 em Berlim, o então ministro alemão do Interior, Wolfgang Schäuble, e Günther Krause, o representante alemão-oriental, deixaram transparecer o quanto haviam sido difíceis as negociações para a reunificação do país.

Após meses de trabalho, estava pronto o mais importante documento da Alemanha pós-guerra. O Tratado de Reunificação estabeleceu de que modo os dois Estados alemães passariam a existir como um só país a partir de 3 de outubro de 1990. (…)

Continue lendo esse artigo na Deutsche Welle.

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Berlin 456189

Eu gosto desse vídeo e quero compartilhar com vocês. Às vezes a música é incômoda – assim como as imagens. Tente imaginar as circunstâncias nesses diferentes anos. Essa colagem nos transporta para lá.

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I like this video and I want to share it with you. The music is sometimes annoying – as the images themselves. Try to imagine the circumstances in those different years. This collage brings us there.

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Artistas e o registro de uma época

Registros de uma época em "Behauptung des Raums". Foto: divulgação

Há uma semana, assisti a um documentário interessante que me mostrou uma face da contracultura na RDA, ainda desconhecida pra mim. Behauptung des Raums do diretor Claus Löser (co-direção de Jakobine Motz), mostra jovens artistas que queriam produzir sua arte de maneira independente dentro da ditadura socialista da Alemanha Oriental.

Até aí, nada de muito novo. Porém, o forte do filme é a compilação de um rico material de arquivo que nos transporta à atmosfera de inquietude artística em plena RDA. Com a potência trazida por registros subjetivos, o filme é antes de tudo, um documento de uma época.

O próprio título já mostra em que caminho vai o filme. A tradução seria algo como “afirmação do espaço”. A mensagem central fica clara até mesmo para alguém como eu ou você, estrangeiros se aventurando pela História alheia: artistas criam espaços (físicos e ideológicos) para expor sua arte. Cavam um lugar que lhes é de direito. Apesar das dificuldades. E até usam as proibições  do Estado como mola propulsora para suas criações.

Costurado com depoimentos atuais e imagens em super-8 ou VHS coletadas na RDA, o documentário nos mostra como vários artistas de Berlim Oriental, Leipzig e Karlmaxstadt (hoje Chemnitz) se reuniram, produziram sua arte e se posicionaram contra o establishment. Havia sempre alguém registrando as exposições, performances e discursos, sem saber que isso no futuro renderia uma reflexão sobre aquele país que já não mais existe.

Artistas da RDA a pleno vapor. Foto: divulgação

Logo de cara, me chamou a atenção que os personagens fossem praticamente só homens. Tá, teve uma mulher que relatou a sua experiência, mas convenhamos que 10 minutos em um filme que dura 80, não é lá uma grande representação.

Por sorte, fui a uma sessão com a presença dos realizadores e após o filme, houve um pequeno debate. O diretor justificou a pouca presença feminina dizendo que muitas artistas da época não documentaram suas ações em foto ou vídeo. Além do que, ele já tinha contato com os artistas que aparecem no filme e colocar mulheres que não tivessem a ver com esse movimento só para ter mais representação feminina, não lhe pareceu uma boa ideia.

Saí do debate bastante irritada porque a moça que deveria ser mediadora entre diretores e público, quis ser provocadora (nada contra) e começou a questionar de maneira bem arrogante, que tipo de informação concreta o filme deixaria para as futuras gerações que não vivenciaram a RDA. Resposta do diretor: o objetivo do filme não é ser didático. Se alguém precisar de informações históricas, vai encontrar vasto material específico sobre essa época em diversas outras fontes.

Concordo com isso. A maneira espontânea com que os materias de arquivo foram gravados não é informativa, mas provoca emoções em quem assiste e transporta a plateia intuitivamente para aquela época. Independente se o espectador é PhD em História da Alemanha Oriental ou se não sabe nada sobre o assunto. Filmes também são feitos para suscitar emoções e não apenas para informar.

Apesar de o tema ser interessante, confesso que ao invés de 80, o documentário poderia ter apenas uns 60 minutos. Teria dado o recado sem cansar. Mas isso não chega a comprometer a minha avaliação final. Gostei muito de ter viajado no tempo com a  História sendo contada e documentada por quem a viveu.

Infelizmente ainda não há um trailer online.

Gorbachev

Todos os links postados aqui estão em inglês. / All the links in this post are in English.

Há quem o julgue um político fraco. Ou um verdadeiro heroi. Independente das muitas opiniões acerca de sua figura simbólica, o homem com um mapinha na cabeça é peça chave nas mudanças ocorridas em 1989. O ano que marcou o fim de uma era histórica.

Aqui uma entrevista que Gorbachev concedeu recentemente ao jornal The Nation.

Já o vídeo abaixo, traz o mesmo Gorbachev falando a um repórter da rede Al Jazeera.

Revelações de Bial

Assim que comecei a fazer esse blog em meados de setembro, quis escrever sobre minhas lembranças infantis relacionadas ao episódio da queda do muro de Berlim.

Relatei AQUI NESSE POST sobre a imagem até hoje guardada nos recôncavos da minha memória. Mas estou atordoada ao descobrir por um testemunho do próprio, que ele NÃO esteve fazendo uma matéria direto do muro de Berlim naquele histórico 9 de novembro de 89.

De quem estou falando? De Pedro Bial, ora. Agora seja sincero e confesse: você também achou que ele esteve no muro, não?

Pois bem, todos deliramos coletivamente porque o Sr. Bial atesta veementemente: não estava sequer na Alemanha quando o paredão desmoronou. Duvida? Então olha aqui o depoimento dele no especial sobre os 20 anos da queda do muro de Berlim do jornal O Globo.

A voz do artista

Esse mundo virtual nos proporciona surpresas agradáveis. Ao publicar um post falando sobre a East Side Gallery há alguns dias, eis que surge um comentário enorme e pessoal sobre o tema.

Adivinha quem era? Um artista que pintou na galeria ainda em 1990, um dos primeiros a deixar sua arte por lá. Não o conheço, mas certamente ele achou o meu blog nas ondas cibernéticas

Considero suas palavras uma entrevista absolutamente pessoal que veio até mim sem eu pedir. Merecia, portanto, ser mais que um comentário.

Editei alguns fragmentos, mas boa parte do que ele escreveu está aqui. O depoimento integral pode ser lido nos comentários do post East Side Gallery. Com a palavra, o artista português Kim Prisu:

Metamorfose das existências ligadas num móbil indefinido

1 mur de berlin 2009 kim prisu

Fragmento da obra de Kim Prisu na East Side Gallery. Foto: arquivo pessoal do artista

O Muro de Berlim ( “Berliner Mauer” em alemão) foi erigido um ano antes de eu nascer em 1961. Só sei que quando tinha para ai os meus 11 anos dizia “ que era mais fácil de ir a lua de que passar do outro lado do Muro de Berlim.

E não é que em 1990, no serão de 23 de Junho o meu amigo e artista plástico Hervé Morlay dito VR, me bateu a porta do meu pequeno apartamento do “35\37 rue de Torcy em Paris 75018”, e me perguntou se queria ir a Berlim, que havia um projecto de pintar no muro na parte de Berlim Oriental (RDA).

O (Hervé Morlay) VR ia alugar uma carinha de caixa fechada para 15 dias. 12 horas depois na manhã seguinte estávamos a caminho de Berlim. Passamos uma primeira vez a fronteira França Alemanha. Eu até tinha o meu passaporte caducado mas só me apercebi depois. (…)

Atravessamos a Alemanha ocidental e tivemos de novo de passar outra fronteira, aí no silêncio, mas tudo correu bem. É dizer que a situação já estava no caminho da abertura, e entramos numa auto-estrada toda cercada por uma grande rede com arame farpado, miradouros com guardas armados. Dizíamos um para o outro “e se a um deles lhe passasse pela cabeça de nos dar um tiro?”.

Antes de entrar em Berlim mais uma fronteira. Era para mim muito estranho passar duas fronteiras no mesmo país. Fomos a ter a casa de um artista Alemão “A. Paulun” num Bairro perto do muro no nº 2 da rua “Wrangel” em frente a igreja “St. Thomas” … Foi também aí perto de “St. Thomas” que pela primeira vez atravessei o Muro.

No sitio, ao que me contaram, tinha morrido o maior número de pessoas. Os atiradores estavam colocados às janelas dos prédios do lado oriental. Hoje encontra-se lá um jardim.

Na 1ª semana existia nessa grande brecha, (…) casotas de madeira com guardas que faziam ofício de fronteira. Precisava-se ainda de mostrar o Passaporte, mas já com muita descontracção. Na segunda semana estavam no chão, isso era nos primeiros dias de Julho 1990. Sentia-se a liberdade, não sei como explicar.

Em França um dia, um Português que teve presente em Lisboa (e que tinha na sua pequena oficina de tipografia lá em Paris uma foto com ele e os soldados da revolução em cima de um caro de combate no 25 de Abril 1974) disse-me que naqueles meses em Lisboa sentia-se a liberdade. Era como se a pudéssemos tocar com os dedos da mão.

Senti o mesmo, por isso lembrei-me dessas palavras e chamei o 1º painel “O povo unido nunca será vencido” em recordação. Eu, o meu amigo Hervé Morlay (VR) e o A. Paulum obtemos um encontro com a pessoa que se ocupava do projecto “East Side Gallery”.

Já na segunda semana, entre tanto andamos por lá a pintar entre os dois muros e os miradouros. Só nos ficava 4 dias antes de voltar para paris para entregar a carinha. Foi assim que tive de fazer a 1ª pintura (de 1990) em 3 dias, com muita energia.

A 1ª vez que tivemos em frente desse muro do lado oriental na avenida “Muhlenstrasse” , fomos ver se havia qualquer graffiti. Nenhum. Aquela parede chamava a cor para esquecer que nesse tronco tinham tirado a vida a 9 pessoas… Ainda há muito para contar sobre essa 1ª vez que fui a Berlim mas isso dava provavelmente um filme.

Desta vez, em fim de 2008, fui pela 1ª vez contactado para refazer a minha pintura. Fiz um contrato com eles, como todos os outros pintores que vão refazer a cópia da pintura deles. Os mesmos que pintaram sobre esses 1300m. São 118 artistas para 105 pinturas, 21 países representados, convertendo o lado Este (oriental) do Muro na maior galeria do mundo ao ar livre.

O beijo entre o líder soviético e o seu correligionário alemão oriental é a peça mais célebre, e a que o artista Dimitrij Vrubel pede 15mil €. Mas por agora eles não querem lhe dar essa soma. Dizem que é para todos igual. (…) ele executou-a, pedindo desculpa a cidade de Berlim e oferecendo o cachet a uma instituição caritativa.

(…) Comecei a pintar na terça-feira 26 de Maio, num dia de trovoada, e foi como se tivesse recebido dela uma energia positiva que me meteu fora de mim. Mas antes mesmo de ir o entusiasmo era já enorme.

(…) Há naquele bairro do outro lado do rio nas costas da “East-Side Gallery” muitos ateliês de artistas, pelos quais lutam porque os políticos e os empreiteiros querem se apoderar para fazer um bairro mais snob e para turistas. É que a “East-Side Gallery” encontra-se mesmo no centro de Berlim. (…)

Estive em frente, de novo no mesmo lugar exacto. A 1ª vez não sabia o que havia por detrás, o escadote não chegava para eu ver do outro lado, desta vez existia um pedaço que foi desviado para o lado, o terreno foi comprado pela companhia O2, que construiu em frente um óvni, (é a primeira impressão que tive quando vi aquela arquitectura), um pavilhão para espectáculo e eventos desportivos. (…)

O muro já não me impressionava como da 1ª vez. Já não tinha para mim o mesmo imaginário… Mas comecei como se tivesse de fazer a cópia do de 1990. Mas não me sentia bem. Comecei a pintar deixando a emoção do momento sair, interrompido pelos turistas e pelas entrevistas de jornalistas.

Mas a um momento esqueço tudo o que me rodeia, fico só em frente do muro, e começo a pintar sem me preocupar. Um fundo abstracto, cheio de escritos em varias línguas, que cada dia pintava com mais energia, alegria. Quando comecei a desenhar, as primeiras cabeças vinham mais suaves.

A minha visão desse povo tinha mudado, é que os filme e a História recente do século 20, e a escola na França, nos criaram um imaginário no qual a Alemanha era um inimigo de 2 guerras mundais (…).

Mas desta vez a ideia desse povo tinha mudado em mim. Das duas vezes que lá vivi, 33 dias em tudo, me levaram a uma outra visão desse povo e dos outros que misturados coabitam com eles. Nunca mesmo nunca, das 2 vez senti agressividade. Andei sempre por todo lado e por vezes houve sítios que se fosse em Lisboa ou Paris passava ao lado.

(…) Quando chegou Jörg Weber (…) e outros responsáveis da “East Side Gallery”, comecei-lhe a falar de uma filosofia e de um estado de espírito que tinha em Portugal com o grupo dos Inteiros, o “Impensamental”. E que já estava a “Impensamentar” esta nova pintura a partir da memória da sensação e do desenho de 1990, em uma emoção e sensibilidade do ritmo do vivido de hoje. Era como uma metamorfose do pensamento interior que se mentalizava numa nova obra.

Gostaram da explicação, entenderam como era que eu trabalhava, ele estava a gostar da energia da minha nova representação, e disse-me que por ele podia continuar. Mas estavam com medo, é que havia também a aprovação da responsável da câmara, e que corria o risco de não ser pago, mas eu respondi que prendia esse risco.

A partir de aí foram 9 a 12 horas diárias a pintar, e ainda a sair à noite ver eventos culturais. Ao fim ele me disseram que iam defender a minha obra, e que era obra e atitude de grande artista. Dirk Szuszies num jantar em casa de ele, disse que eu tinha tido uma atitude muito revolucionária, anarquista. Eu retruquei “não, só uma atitude de Inteiro”. Dei-lhe o nome a está nova obra “Metamorfose das existências ligadas num móbil indefinido.

Vim de lá muito feliz. A inauguração vai começar a 6\7 de Novembro até dia 9 de Novembro, no qual faz 20 anos da queda do muro. E como disse Jörg Weber: “não nos compreendemos bem, mas gracejamos muito com a tua pessoa e partilhamos uma grande e bela energia”.

Sentes que foi um povo que muito sofreu, mas encaram a vida de uma maneira muito humilde, e com muita energia objectiva. (…) E para concluir, o meu painel foi aceito.

Kim Prisu. Berlim, Maio-Junho 2009

A RDA a cores

Fazendo minhas pesquisas, achei um curta que merece ser compartilhado aqui.

Não há palavras. As imagens mostram o cotidiano de um país guardado na memória.

Sarina Sena e os fragmentos do muro de Berlim

Eu já confidenciei aqui há alguns dias, que a queda do muro de Berlim e Pedro Bial estão absolutamente entrelaçados na minha memória infantil.  Curiosa que sou, gostaria muito de saber como  esse episódio está guardado nas lembranças de outras pessoas.

A jornalista, produtora de moda e minha amiga Sarina Sena, do blog Fashion Again, foi uma das primeiras a me incentivar e a comentar aqui. E-mail vai, e-mail vem, ela me confidenciou fragmentos de uma estória que achei bem interessante. Daí pedi que ela escrevesse um pouco mais sobre o tema e o resultado está aí embaixo, inaugurando aqui uma seção exclusiva chamada Mosaico de Memórias.

E você, o que lembra do episódio da queda do muro de Berlim? Onde estava e como se sentiu com a notícia? Mande um e-mail ou deixe a sua estória nos comentários que eu a publicarei aqui. Comentários não assinados serão desconsiderados.

Fragmentos do muro de Berlim Por Sarina Sena

Sarina Sena, jornalista e produtora de moda.

Sarina Sena, jornalista e produtora de moda.

Ver pela TV a queda do muro de Berlim foi algo que ficou gravado em minha memória. Eu era criança ainda, tinha nove anos, mas este fato está na mesma categoria da memória que guarda outros fatos históricos vistos pela telinha da TV, como a morte de Tancredo Neves, o estudante se jogando na frente do tanque na China e a explosão das Torres Gêmeas.

A imagem da alegria daquelas pessoas com marretas ajudando a destruir aquele muro que representou anos de privações, principalmente da liberdade, foi algo inesquecível. Em meio às matérias, sempre passavam umas entrevistas com pessoas que ficaram com as famílias divididas, assim como Berlim, por causa do muro. Ficava imaginando o fim da agonia daqueles que passaram tanto tempo incomunicáveis.

Nesta época, meu pai tinha uma locadora de vídeo. Com uma certa frequência, recebíamos a visita de representantes de distribuidoras de filmes com os seus catálogos, que eram, na verdade, pastas no estilo daquelas que a gente colecionava papel de carta com o impresso da capa e da sinopse de cada filme que estaria na locadora cerca de um mês depois de feito o pedido.

Pois bem, algo como um ano após a queda do muro de Berlim, um desses representantes tinha em seu catálogo um filme sobre este momento histórico que trazia (acreditem!) fragmentos do muro para quem alugasse a fita levar para casa como souvenir. Isso mesmo: alugue o filme e leve um pedaço de muro grátis!

Pena que não lembro nem o nome do filme e nem de qual distribuidora pertencia, mas lembro bem de ter achado um tanto absurdo aquela história e de ter duvidado da veracidade daqueles “fragmentos do muro de Berlim”.

Pedro Bial e o muro de Berlim: só na minha memória?

Pedro Bial em 1991. Fonte: Revista Istoé Gente

Pedro Bial em 1991. Fonte: Revista Istoé Gente

Em novembro de 1989 eu era uma garota de 11 anos (entreguei a minha idade!). Havia me mudado fazia pouco mais de dois anos para Natal e morria de saudades de Belém, da minha família, dos amiguinhos da escola, do sorvete de açaí com tapioca da Cairu numa esquina perto de casa.

Puxando a memória, lembro do episódio do muro de Berlim com uma imagem: Pedro Bial (sim, ele mesmo!) falava na TV direto do muro e dizia, emocionado, que aquele era um momento histórico. Se minhas lembranças não me trapaceiam, ele até estava em cima do muro (sem trocadilhos, por favor) e falava alto e forte por causa da gritaria da multidão ensandecida, celebrando ao seu redor.

Pesquisando na internet, no entanto, achei um vídeo da própria Globo, não com Pedro Bial, mas com o repórter Silio Boccanera falando sobre as mudanças na então Alemanha Oriental (VÍDEO AQUI). Me pergunto: será que só eu lembro do Pedro Bial na época do muro de Berlim?

Na minha memória infantil, foi ele o repórter intrépido que participou dessa cobertura. Infelizmente, não achei vídeos sobre esse momento “Bial”. Se alguém tiver ou achar algum link, por favor avise que eu coloco aqui!

Independente dessa confusão de memórias, deixo algumas perguntas a quem queira se manifestar: o que você lembra do episódio da queda do muro de Berlim? Onde estava, o que fazia, como se sentiu? Os relatos que chegarem até mim serão publicados no Memórias do Muro na categoria Mosaico de Memórias. Valendo!

ATUALIZAÇÃO de 06 de novembro de 2009: Um outro post sobre o assunto, onde o próprio Bial revela o mistério. CLICA AQUI.